Artigo 142 – A Hora ?




(Esta pode ser apenas mais uma teoria da  conspiração)

 

O Presidente estava acuado. A suprema corte havia reduzido suas prerrogativas constitucionais. Comandada pelo seu mais novo ministro, antes acovardada e inerte a suprema corte vinha fazendo movimentos cada vez mais ousados e descarados em direção os limites da carta magna com o objetivo de testar a capacidade de resposta do presidente.

É preciso de um parêntese para entender o modus operandis do Supremo. Uma corte em sua maioria indicada por governos anteriores de perfil progressista, tendo numa das pontas o ministro mais novo que fora secretário de segurança do Governo do maior estado da união e na outra ponta, o decano, ou ministro mais velho e em vias de se aposentar.

Estes são os dois pilares que sustentam e dão arroubos de coragem aos outros ministros.

O perfil, antes moderado da corte se transmudou para uma atitude proativa e cada vez mais ousada no protagonismo político da nação.

O presidente havia ganho as eleições pelas vias do voto direto, mas alçado por fatores alheios e estranhos aos anseios e interesse maiores da Nação, do ponto de vista da cidadania. Mas enfim as regras do jogo haviam sendo cumpridas.

De um lado o antipetismo que grassava entre a população, após 16 anos de mandatos seguidos, de outro um atentado contra a vida do candidato, que ainda, não ficou esclarecida para a opinião pública.

O Pais se dividiu quase que ao meio neste processo, quando, tendo o presidente sido eleito pela maioria dos votos, esta vitória não teria sido reconhecida e assimilada pela oposição.

Some-se a isto o fato de que grande parte da grande imprensa se voltou contra o presidente pela perda de vultosas verbas publicitarias e passaram a promover campanhas massivas difamatórias contra ele. Este processo ficou claro quando cada ato, cada palavra, ficou sobre o escrutínio severo dos redatores, em interpretações sempre nefastas e desfavoráveis ao presidente.

Não vamos aqui assumir uma defesa cega e incondicional do presidente, porque ele tem, como qualquer ser humano atitudes reprováveis. Mas o grande problema é que ficamos diante de um grande dilema.

Nossas escolhas ficaram restritas dentro do cardápio eleitoral, e a rigor, desvendando o véu da hipocrisia, ninguém mais no País está se linchando para as tão decantadas “democracia e legalidade”. Estas escolhas se baseiam em valores com que em certa medida nos identificamos e acreditamos, apesar dos discursos politicamente corretos.

O complô para derrubar o presidente fica cada mais claro e evidente e até de com uma certa falta de vergonha escancarada.

Os papeis do ministro-policial e do ministro-ancião foi peça chave para que os outros ministros se enchessem de coragem, e alterassem padrões de comportamento e ética em direção ao golpe judiciário em curso.

Reinterpretaram artigos de leis, atropelaram prerrogativas e direitos constitucionais reconhecidos e consolidados em nossa carta magna, com relação a cidadãos e parlamentares. Tudo isto sob o aplauso e concordância de grupos de oposição, movidos por interesse fisiológicos, mas com discursos politicamente corretos.

Parlamentares tiveram suas prerrogativas cassadas com a omissão e até concordância dos presidentes da câmara e o senado. Políticos com rabos presos na justiça se calaram convenientemente.

Cidadãos que exerciam direitos de manifestações em padrões que antes eram admitidos, como democráticos, passaram a ser perseguidos. Inventaram uma tal de manifestação antidemocrática, mas só quando relativas ao supremo e ao congresso. O Executivo passou a ser alvo fácil e direto de qualquer ataque, já que nestes casos se tratavam de apenas “críticas justas”.

O presidente foi acuado. Ou ele se curva aos novos mandatários, caminhando passivo para o cadafalso político e jurídico, ou parte para o confronto com medidas extremas.

Como se daria, se fosse o caso, a edição de um decreto de GLO?

Primeiro seria preciso um grande apoio popular e de mídias alternativas, em suas trincheiras cavadas na internet. Daí a ação dos conspiradores em limitar as ações na internet e tirar das ruas os apoiadores do presidente com o aparato dos Antifas.

De outro lado teria que haver também apoio e concordância quase que unanime dos comandantes militares, que exigiriam antes tentativas consistentes de distensão com os outros poderes.

A aplicação do artigo 142 teria um custo social, político e financeiro muito grande para que todas as medidas diplomáticas não fossem tentadas a exaustão.

Mas neste caso as forças armadas já estariam se preparando tática e estrategicamente para entrar em ação apesar de jurarem de pés junto o contrário.

O presidente e seus mais próximos colaboradores assim como os chefes militares entraram em estágio de recolhimento e silencio.

Isto não é bom sinal. Algo maior pode esta por vir. Ou não. Talvez isto tudo seja apenas mais uma teoria da conspiração.

 

João Drummond


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